quinta-feira, 18 de junho de 2009

Balanço Exposição "A Evolução de Darwin"

Notícia áudio

Por: Luís Soares





A notícia foi feita no dia 26 de Maio mas por motivos de ordem técnica só pode ser publicada hoje.

domingo, 31 de maio de 2009

“O Ser Humano vive para procurar em si as Grandes Falhas da Natureza”

Francisco Varatojo explica porque é que beber leite não é fundamental para a nossa Saúde.

A grande maioria das pessoas acredita que beber leite é fundamental para a sua alimentação. No entanto, algumas pessoas já se questionam acerca dessa «verdade absoluta». Francisco Varatojo é um deles. Resta-nos compreender o porquê. Que mal nos faz o leite à saúde? Quando leite devemos beber?

Francisco Varatojo possui uma vasta experiência na área Macrobiótica, é Director do Instituto Macrobiótico de Portugal sendo actualmente cronista do jornal Sol e professor convidado da Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian.

Entrevista com Francisco Varatojo
Director do Instituto Macrobiótico de Portugal

Francisco, é verdade que é bom beber leite em todas as refeições e sobre todas as formas como ouvimos dizer várias vezes?

Não devemos. Nós somos mamíferos e como qualquer mamífero devemos beber leite, mas o da nossa espécie e até à idade do desmame.

O leite da vaca é muito bom para os bezerros, o leite da cabra é muito bom para os cabritos e o leite humano é muito bom para os humanos. Na minha opinião, nós andamos sempre à procura nas falhas da Natureza, sempre em busca dos nutrientes de outras espécies que poderiam colmatar falhas nossas, e isso para mim é um pouco estranho. Devemos beber leite enquanto precisamos dele e enquanto isso nos trás benefícios. Isto acontece enquanto o bebé tem de mamar. A certa altura o leite materno acaba e acaba também a nossa necessidade de beber leite. A partir daí passamos a inserir na alimentação do bebé outros alimentos, os sólidos. Nenhum animal consome leite depois do desmame, apenas os humanos.
E repare bem, a maioria da população é intolerante à lactose. Estes povos não bebem leite e são os que têm taxas menores de osteoporose e quebras ósseas! É o caso dos asiáticos e dos africanos.

O que podemos comer que seja mais benéfico que o leite?

Tudo! Tudo o que não seja carne, açúcar e lacticínios *risos*

Mas para aquelas pessoas que não conseguem conceber a ideia de deixar de beber lacticínios, ou porque gostam ou porque acham que se não consumirem lacticínios vão ter faltas de cálcio e nutrientes importantes, o que devem consumir em vez do leite?
Por exemplo, pela manhã, como pequeno almoço. Iogurte?


Eu compreendo isso porque tudo na sociedade está estruturado para pensarmos assim. Não está provado que o leite previna a osteoporose, há até muitos estudos que indicam o contrário e há poucos que comprovem que de facto seja verdade.
Há mesmo vários estudos que indicam que a proteína animal faz com que o corpo (os rins) excretem o cálcio consumido. Uma vez que o leite está repleto de proteína animal, estamos a beber leite a pensar no cálcio para que devido ao mesmo acto os nossos rins deitem fora o cálcio que nós consumimos.
O iogurte natural é de facto um alimento melhor que o leite, uma vez que não só é melhor tolerado mas também é fermentado e isso já evita o consumo das dezenas de antibióticos que vários testes de laboratório encontram no leite pasteurizado.
Os alimentos mais importantes a consumir pela manhã são os vegetais, o pão e cereais. O pão e os cereais são bons alimentos porque contêm cereais e hidratos de carbono que é coisa que o leite tem muito pouco. Aliás, é bom dizer que o leite é constituído por proporções de nutrientes que não são as indicadas para o homem. Contém poucos hidratos de carbono (a nossa gasolina, aquilo que faz o nosso cérebro funcionar e nos dá energia) e muita gordura saturada, que é algo muito prejudicial para a nossa saúde e que é pouco comunicado.

Então andamos a consumir leite pensando que suprimos todas as necessidades que temos de nutrientes e cálcio para vivermos fortes e não termos osteoporose e se calhar não é bem assim.

Para nos mantermos saúdaveis e evitarmos a osteoporose precisamos de ter uma alimentação equilibrada e de fazer exercício. É claro que muitas pessoas podem viver sem grandes problemas consumindo leite todos os dias, mas o que digo é que não vão estar completamente saudáveis.
E beber leite e ir para o sofá é quase igual a ter no futuro osteoporose. Há toda uma relação obrigatória entre o cálcio, a sua absorção e da vitamina D com o sol, o exercício físico e uma alimentação rica em legumes, frutas e vegetais. Sem isso, de certeza que não vamos prevenir a osteoprose, mais provável é mesmo estarmos a trabalhar para ela.

É verdade que se consumirmos demasiado leite podemos criar doenças relacionadas com o colesterol, cancro e diabetes tipo 2?

Há muitos estudos que dizem que sim e desconheço algum que diga que não.
Estes estudos comprovam sim que o consumo de leite de vaca está associado ao aumento de colesterol, uma vez que o leite contém muitas gorduras, que ainda por cima são saturadas e que são as piores que existem. Não compreendo porque é que nunca ouvimos falar disso nos media, quando ouvimos tanta coisa sobre alimentos que fazem mal.
Nestes estudos encontraram-se também relações fortes com alguns tipos de cancro como o dos ovários e o da próstata e com a diabetes tipo 2. Isto acontece inclusivamente nas crianças, o que é muito preocupante.

É verdade que as pessoas que são intolerantes à lactose perdem essa intolerância bebendo mais leite? Li esta informação num site de uma marca conhecida de leite e achei estranha a informação.

Não conheço estudos que digam que sim. Sei que isso não será verdade para todas as pessoas, é possível que resulte nalguns casos mas na minha opinião isso poderá até ser prejudicial para a saúde da pessoa, uma vez que o corpo possivelmente se irá adaptar de alguma outra forma para poder conseguir digerir o leite.

Então que método devemos adoptar? Quanto leite podemos beber por dia então?

Na minha opinião nenhum. O nosso organismo deixa de precisar de leite depois do desmame e depois disso não precisamos de beber quaisquer copos de bebida branca todos os dias, precisamos sim de manter um estilo de vida saudável.

E substituímos o leite por que alimentos?

Como eu disse, nós não precisamos de substituir o leite de vaca por leite de soja ou por qualquer outra bebida branca. Simplesmente não precisamos dessa bebida branca por dia. Precisamos sim de ter uma alimentação equilibrada e praticar exercício. Eu bebi muito leite em criança e isso fez-me muito mal à saúde na altura, pois era intolerante à lactose. O facto de ter insistido tanto nunca me fez deixar de ser intolerante, apenas me trouxe problemas e há muito tempo que não bebo leite nem outros lacticínios e estou saudável. Os meus filhos nunca beberam leite e são saudáveis.

Mas a comunicação social diz-nos tanto que precisamos de leite para ser saudáveis, como é que deixamos de beber leite e ficamos bem? Porque é que não nos dizem para comer vegetais, fazer desporto, etc? Porque é que nos dizem que basta beber leite para termos todos os minerais, vitaminas e nutrientes que precisamos para nos manter saudáveis e alimentados?

Veja bem, é preciso ter em atenção quem envia estas mensagens. Normalmente são pessoas/organismos com interesse no leite. E depois é tudo uma questão de lucro, o comércio do leite é muito mais lucrativo que o dos legumes.

Tudo o que diz parece fazer sentido, mas como é que nunca ouvimos falar disto, que publicações credíveis existem sobre o tema?

Um exemplo credível que lhe posso dar, entre outros, são os livros “Food Revolution” e “Diet for a New America”. Irá reparar que o autor é Jon Robbins, que curiosamente é o dono da cadeia Baskin and Robbins * risos*

sábado, 30 de maio de 2009

Adulto + Leite ≈ Saúde

É crença geral de que é o alimento perfeito.
Existe até uma campanha nacional que diz que “nada o substitui”.
Será verdade, ou mito?

Depois da infância devíamos continuar a beber leite? A Osteoporose é afastada com o consumo constante de leite? Será que este movimento “leite sempre” promove hábitos realmente benéficos para a nossa saúde?

Foi com estas dúvidas (que ao que parece são pouco faladas no espaço público) que fui à procura da resposta. Isto porque um dia destes abri uma revista da área de saúde e bem-estar e vi uma nutricionista a mencionar que o leite era como outro alimento qualquer, imperfeito e a ser consumido com conta, peso e medida, principalmente na idade adulta.Durante toda a vida ouvi que o leite é o bem essencial. O leite tem cálcio, o leite tem água, o leite alimenta mais do que qualquer outro alimento, o leite é bom para os dentes, para os ossos, para os pequenos, para os grandes, para os avós e para os adolescentes. O leite, no fundo, é sempre comunicado como sendo o alimento perfeito: com as melhores vitaminas e minerais que o corpo precisa. Esta é uma campanha muito bem montada, nenhum leigo na matéria vai alguma vez duvidar e é certo e sabido que a grande maioria da população acha que vai combater a osteoporose bebendo leite (pensam as senhoras na idade da menopausa: “Para que é que hei-de andar, fazer ginástica e comer vegetais se tudo o que preciso para estar bem de saúde e prevenir a osteoporose é o leite? E eu bebo tanto!”).A única coisa que não nos dizem é que beber muito leite (e para algumas pessoas até simplesmente beber leite) também faz mal. Nunca nenhum anúncio de televisão diz isso. É, no entanto, muito fácil de compreender quando nos explicam que o leite tem muita gordura e isso não é bom para o colesterol. É de pensar também quando vemos quem publicita o consumo do leite: Sociedades Produtoras de Leite, marcas de leite e lacticínios, etc.

A intenção não é lançar o pânico, nem tão pouco agredir as produtoras de lacticínios. Mas a verdade é que é necessário alertar para o facto de ser necessário dizer a verdade completa, informar com qualidade. E a verdade pode não ser aquela que nos bate à porta todos os dias.

Fui ao motor de pesquisa para procurar mais informações acerca do tema. Encontrei os mais variados testemunhos, desde sites vegetarianos a nutricionistas e artigos de opinião. Todos diziam que beber leite pode trazer vários problemas para a saúde e que não é suficiente beber leite para ver supridas as nossas necessidades diárias de nutrientes.

Li também um documento em inglês que dava todas as razões, muito consistentes por sinal, de que não somos animais para beber leite depois da infância. Entre elas estavam o facto de termos dentição herbívora/frutífera, de o nosso sistema digestivo ser longo e por isso estar preparado para digerir alimentos rapidamente processáveis (como as frutas e os vegetais) e não alimentos animais porque criam bactérias (e por isso os leões têm sistemas digestivos muito rápidos), e o que me convenceu mais: Segundo o Centro de Nutrição e Alimentação Mimosa (CNAM), da conhecida marca de lacticínios portuguesa, 70% da população mundial tem intolerância à lactose e a grande maioria das pessoas começa a deixar de produzir a lactase (a enzima que digere a lactose) entre os 5 e os 6 anos de idade. O que é mais interessante notar é que esta informação aparece quando a mimosa lança o seu novo leite “Bem Especial 0% Lactose”.

Há algum tempo, uma nutricionista explicou-me que a intolerância à lactose não é o mesmo que uma alergia. Há várias pessoas alérgicas a alimentos bons para a saúde e há também quem o seja à lactose, ainda que numa percentagem muito reduzida. A intolerância é completamente diferente e um sinal bastante forte de que se calhar o leite não é afinal o alimento primordial. Porque se 70% da população mundial é intolerante à lactose, dá que pensar. Ora se perdemos progressivamente a lactase, como é que vamos digerir o leite? Percebi que deve então ser essa a razão porque fico mal disposta depois do pequeno-almoço. No entanto, a mesma marca sugere no seu site várias formas de contornar este “percalço”: Beber mais leite para assim fabricar mais bactérias no intestino e assim recuperar a tolerância à lactose “da forma menos dispendiosa e mais simples possível”; beber produtos lácteos com baixo teor de lactose ou mesmo sem lactose; optar por leite com chocolate e iogurtes pois estes apresentam maior taxa de tolerância e, por fim, tomar cápsulas de lactase diariamente para assim conseguir digerir o leite. E fica-me uma dúvida, pendendo como um ponto de interrogação em cima da cabeça: Então eu vou tomar comprimidos para poder digerir o leite?

Desde quando é que deixou de vigorar aquela “lei” do corpo humano que diz que o corpo humano rejeita o que não lhe faz bem? Desde quando é que se tornou aceitável tomar remédios para poder comer coisas? Nesse caso não deve faltar muito para vermos todas as pessoas, mesmo as que não têm diabetes, a tomar insulina para poder comer mais doces do que deve! E não menos importante, será que é lógico e verdadeiro que beber mais leite quando se tem sintomas de intolerância (cólicas abdominais, diarreia, náuseas, vómitos, sensação de enfartamento) vai tornar-nos tolerantes? Vários estudiosos chegaram já à conclusão que o consumo de leite pode levar a vários problemas de saúde, desde o acne (e andam os jovens a cortar no chocolate porque lhes faz borbulhas), a diabetes tipo 2, o cancro da próstata, da mama e dos ovários, rinites e sinusites, doenças do foro imunitário, até ao colesterol e, imagine-se, não tem vindo a ser associado à melhoria da osteoporose!Segundo o Director do Instituto Macrobiótico de Portugal (IMP), Francisco Varatojo, professor convidado da Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian e orador de várias palestras e seminários em vários locais do mundo, os países com maior percentagem de consumo de leite (Finlândia, Suécia, Estados Unidos da América e Inglaterra) são precisamente os países do mundo com maiores índices de osteoporose per capita.

Curiosamente, os povos mais intolerantes à lactose (os asiáticos, que o são entre 95% a 100% e não consomem leite depois de deixarem o leite materno) são os que têm menor taxa de prevalência de cancro da mama, da próstata e dos ovários, sendo a proporção de 1 para 10 000 (no Reino Unido a proporção é de 1 para 12).

Segundo Francisco Varatojo, o leite nem sequer é o alimento com maior percentagem de absorção de cálcio e uma caminhada diária de 30 minutos diários pode ser o suficiente para evitar a osteoporose.

Exemplo:
Percentagem de Absorção de Cálcio
Couve de Bruxelas - 63.8%
Brócolos - 52.6%
Rama de nabo - 51.6%
Couve - 50%
Leite de vaca - 32%
Fonte: "American Journal of Clinical Nutrition"

Existem ainda outras fontes que dizem que é o leite que vemos no supermercado é perigoso para o nosso organismo e que, para o evitar, deveríamos beber leite biológico. Isto porque, segundo Robert Cohen, escritor do livro “leite: Alimento ou Veneno?”, tudo aquilo que nos disseram sobre o leite não passa de uma mentira. Um copo de leite está, segundo o autor, repleto de gordura (mesmo que diga que tem pouca), bactérias, antibióticos e colesterol. O autor chega mesmo a igualar um copo de leite a três fatias de bacon. Ainda segundo Robert Cohen, às vacas produtoras de leite é administrada uma hormona de crescimento denominada de rBGH (Recombinated Bovine Grouth Hormone), hormona esta aprovada pela Food and Drug Administration (FDA). Esta hormona provoca depois várias infecções nos animais (mastites) que têm, por isso, de receber doses muito altas de antibióticos.

Segundo José Peixoto (Homeopata, autor do livro “A Questão do Leite”) esta hormona provoca um aumento de uma substância que é conhecida como sendo provocadora do aumento das probabilidades de se desenvolver cancro, o IGF-1. Esta substância é resistente à pasteurização. Quando o leite é tratado para seguir para os supermercados como “Leite UHT”, o processo de pasteurização e homogeneização, perde a grande maioria dos seus nutrientes bons (a lactase para digerir o leite – que o leite com chocolate possui devido ao cacau – e a fosfatase que permite a maior assimilação do cálcio). Por essa razão, na opinião de José Peixoto, o leite deveria ser consumido apenas quando é de proveniência biológica e nunca aquele que encontramos nas prateleiras dos supermercados.

Segundo Francisco Varatojo (IMP), no nosso século vivemos preocupados com a nossa saúde e o que comemos. Cortamos na carne vermelha, na fast-food, no café, nos fritos, nas gorduras e nos doces, mas ninguém põe em causa o leite. Ninguém põe na balança o poder que o leite tem de fazer mal ao ser humano, apesar de mais nenhum mamífero ingerir leite depois de deixar o leite materno. Em parte, isso é devido à enorme força das campanhas publicitárias e informativas que circulam desde sempre nos órgãos de comunicação social. Ao que parece, para o século XXI o alimento estratégico é o leite. Não a água, não a alimentação saudável, não os vegetais, mas o leite.

Alguns problemas do leite segundo Francisco Varatojo:
Gorduras Saturadas:
A gordura presente nos lacticínios é gordura saturada, responsável pela obstrução dos vasos sanguíneos que está na origem da maioria das doenças cardiovasculares modernas.

Cancro da Próstata:
Os homens que bebem 2 ou mais copos de leite por dia têm mais do dobro das hipóteses de desenvolver cancro da próstata avançado ou com metástases do que aqueles que não bebem leite nenhum.

Antibióticos:
Nos Estados Unidos, a vasta maioria dos antibióticos é utilizada nos animais e não em pessoas.

Cancro nos ovários:
Um número significativo de estudos apontam para a hipótese de o cancro nos ovários estar ligado ao consumo de produtos lácteos e apesar de tais estudos não serem conclusivos, a ligação parece ser demasiado forte para não ser considerada.

Já o leite materno é um importante alimento, que nenhum bebé deve deixar de consumir. Isto porque possui todos os nutrientes, gorduras, vitaminas e minerais que a criança (e qualquer outro mamífero) necessita para crescer saudável nos primeiros meses da sua vida. No entanto, o mesmo parece não ser verdade depois. Tal como todos os outros mamíferos, o leite materno acaba precisamente quando deixa de fazer falta à criança. A partir daí, ela deve seguir para os alimentos sólidos.

Nenhum mamífero bebe leite depois de ser desmamado e muito menos bebe leite de outra espécie. No entanto, todos nós reagimos com repugnância se nos for sugerida a hipótese de beber leite humano.

Nos filmes e séries de televisão vemos várias vezes homens acabados de ser pai que vão ao frigorífico beber um copo de leite, cuspindo-o mal a mãe da criança o avisa de que está a beber o leite materno, e nós, espectadores, acompanhamos a cena com uma careta.

Curioso, não?

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Educação para o copo no chão

Opinião


As Semanas Académicas são a celebração máxima do estudante universitário. Durante dias a fio, os estudantes largam os livros e festejam aquele que muitos consideram o melhor período das suas - ainda curtas - vidas. A cerveja é a bebida mais popular. Dezenas de barris são essenciais na barraca ou no carro alegórico de cada curso ou faculdade. As principais marcas cervejeiras do país lutam por conseguir os direitos sobre as Queimas das principais cidades universitárias do país. As marcas vencedoras oferecem os brindes que vão desde as t-shirts ao indispensável copo de plástico, o desestabilizador.

No final de cada noite acumulam-se às centenas, até milhares nos maiores eventos. Cada um tem poucos minutos de fama. Menos do que os 15 que Andy Warhol disse que cada humano deveria ter, mas estamos a falar de copos de plástico. A sua utilização chega a durar apenas segundos. A culpa é daquele tipo mais entusiasmado com a banda cujo nome ocupava a letras garrafais o bilhete que dá entrada no recinto. Entornou-nos o copo. A violação deste espaço com bocadinhos de plástico com as palavras Super Bock, Sagres ou Tagus gravadas continua. Alguns deles passaram pelas mãos do tal tipo entusiasmado. Demasiados para uma pessoa só. Uma minoria insignificante na família dos copos atirados para o chão.

Prevenção contra este comportamento seria infrutífera. Caixotes do lixo seriam ignorados nestes locais invadidos por uma multidão com dificuldades em se deslocar. Proibir a venda de bebidas nas Semanas Académicas é utopia.

A atribuição de um preço, por mais que simbólico, faria os despreocupados estudantes em festa - cujos trocos contados são uma imagem de marca - pensar duas vezes antes de abandonar o seu copo. Reutilizar seria o novo verbo a conjugar. Limpo, o adjectivo objectivo. Poluição, o substantivo a abater. Afinal, a Semana Académica é a festa da Universidade, cujo objectivo primordial é educar para a cidadania.


Luís Soares

terça-feira, 5 de maio de 2009

Privação de cafeína aumenta fluxo do sanguíneo no cérebro


Sílvia Lopes

Uma equipa de investigadores norte-americanos estudou bebedores crónicos de café e descobriu que quando privados da bebida, os consumidores, sofrem de dores de cabeça provocadas pelo aumento do fluxo sanguíneo no cérebro.

O café é a segunda bebida mais consumida a nível mundial e é uma mercadoria tão valiosa como o petróleo. Quem se depara com esta estatística não relaciona os males que o seu uso excessivo ou mesmo diário acarreta. Quem toma todos os dias uma chave de café, como se fosse um elixir milagroso, que faz acordar até os mais dorminhocos, sente a falta que o café lhe faz diariamente. Um bebedor de café crónico quando lhe é privada esta bebida tem múltiplas reacções. A privação de cafeína tem efeitos específicos muito conhecidos: fadiga; dor de cabeça; dificuldades de concentração; e até uma diminuição do estado de vigilância.
Uma equipa de investigadores norte-americanos estudou este tipo de sintomas recorrendo a electroencefalogramas (EEG) e equipamentos de ultra-som. Segundo o estudo publicado na revista cientifica Psychopharmacology a actividade eléctrica no cérebro e o fluxo sanguíneo alteram-se na falta de café quando se é um bebedor crónico deste produto.
Foram estudados dois grupos de voluntários, pelas Universidades de John Hopkins e de Vermont, ambos os grupos eram bebedores crónicos de café que decidiram suspender o seu consumo para se submeter ao estudo. Um grupo foi submetido à administração de um comprimido de cafeína, e o outro grupo, a um de placebo.
Durante a avaliação do fluxo sanguíneo no cérebro recorrendo a ultra-sons e a electroencefalograma (EEG), os investigadores registaram, que a privação repentina da cafeína aumenta o fluxo dos vasos sanguíneos cerebrais, estando na origem da habitual dor de cabeça, resultado da privação de cafeína numa pessoa que bebe café diariamente.
Nas medições dos EEG, observaram-se alterações ao nível do aumento de um determinado ritmo, o ritmo teta, associado, anteriormente, a fadiga em situações de privação. Em termos qualitativos, os voluntários a quem foi administrado um comprimido placebo, registaram um aumento de cansaço, fadiga e sensação de indolência.
Segundo Stacey Sigmon, da Universidade de Vermont e um dos autores do estudo, a ingestão diária de cafeína “não tem qualquer vantagem acrescida, ao contrário do que os amantes do café imaginam”
FILANDESES SÃO OS QUE MAIS CONSOMEM
Os maiores consumidores mundiais de café, em termos absolutos, são: Estados Unidos; Brasil; Alemanha; e Japão. No consumo per capita, a Europa encabeça a lista com a Finlândia em primeiro lugar, com um consumo per capita de 11 kg por ano, segue-se a Dinamarca, Noruega, Suécia, Áustria e Alemanha. Em Portugal o consumo per capita é de 2 kg por ano.
Baseado no artigo de 04 de Maio de 2009 de DN

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Meteorologia como ciência



Uma oferta crescente sobre informação meteorológica esta a imperar nos meios de comunicação social, tanto em Portugal, como no pais vizinho, Espanha. Maria Luísa Sanches Calero, jornalista e professora na Universidade Complutense de Madrid, veio a Portugal explicar que tipo de informação è esta que nos últimos anos tem adquirido protagonismo e relevância e que tipo de tratamento se deve dar a uma informação da qual os jornalistas não têm qualquer formação. Cada vez mais a metereologia è uma ciência que alcança maior interesse na sociedade, e por isso, necessita de divulgadores especializados que a saibam transmitir de forma clara e compreensiva.
Embora os meios de comunicação social espanhóis estejam a dar mais relevância à questão, è importante focar que as pessoas dão cada vez mais importância aos espaços destinados à meteorologia e por isso estão mais exigentes. A actualização continua de informação è cada vez mais importante e os especialistas nestas questões têm razões para estar felizes. Contudo, tanto em Portugal como em Espanha verifica-se erros graves na transmissão de informação meteorológica, tanto gramaticais como de conceito. Evidentemente que existem bons jornalistas nesta área, mas na minha opinião, falta uma certa proximidade com o tema, um certo empenho. Esta questão passaria pela formação de jornalistas na área mas também de especialistas, que ao contrário dos jornalistas, devem ser ensinados a divulgar meteorologia de forma clara e precisa. Eu pessoalmente tenho uma certa facilidade em compreender melhor um boletim meteorológico divulgado por um jornalista, do que por um especialista. O Jornalista è mais ágil no uso de informação e na forma como a trabalha. Contudo, o jornalista tem muito aprender e deve ser capaz de regular determinados termos especializados de forma a não desvirtuar a informação que esta a transmitir e a não cansar as pessoas. Deve ser ainda capaz de assegurar que os dados traduzidos estão correctos, eliminar o supérfluo e dar exemplos concretos, por forma a que o espectador/ leitor compreenda a noticia. Os meteorologistas precisam de se esforçar para transmitir de forma mais compreensível as informações técnicas e os jornalistas precisam, igualmente, de fazer um esforço para entender melhor os termos usados na meteorologia. A responsabilidade de todas estas incorrecções parte, na minha opinião, de quem informa e de quem transmite a informação à população. Segundo a professora Maria Luísa Calero è necessário “criar-se um conjunto de iniciativas ligadas à formação que permitam debater estes temas e melhora-los”. È natural, que uma da soluções mais evidentes e mais imediatas passaria pelo encontro de um ponto comum entre jornalista e especialista com vista à objectividade e claridade na comunicação.
Portugal, ate há bem pouco tempo, era o único pais da União Europeia que não tinha um meteorologista de serviço nas estações de televisão. A isto, seguiam-se múltiplas queixas na falta de correcção que era feita pelas televisões. A última vez que os especialistas do Instituto de Meteorologia fizeram um boletim meteorológico na RTP foi há dez anos. Pelo mesmo tempo, em Espanha já se discutia a melhor maneira de potenciar a estratégia de como comunicar bem meteorologia, isto para comparar os dois países. Em Portugal ainda não foi criado um curso superior que venha dotar os nossos jornalistas para uma correcta tradução da informação científica. Em Espanha e no Brasil já existem. De qualquer maneira há que saber escolher. Os cursos dão muita coisa que, no fundo, são apenas noções. Por isso o jornalista ficou com a fama de ser um especialista em generalidades. A meu ver o curso de jornalismo devia ser um curso de pós graduação. O ideal seria ter nas redacções economistas, médicos, sociólogos, que, além do curso específico, tivessem uma pós graduação em jornalismo e aprendessem como contar as coisas com clareza. O papel do jornalismo especializado seria, então, o de orientar o indivíduo que se encontra perdido no meio da sobrecarga de informação das mais variadas fontes. A função do jornalismo frente à sociedade vem sendo alterada ao longo do tempo paralelamente às mudanças das estratégias de produção jornalística. Quando iniciou, o jornalismo cumpria a função de expressão ideológica, sendo os jornais eminentemente políticos, o jornalista era um articulista, e a informação era destinada a uma doutrinação, uma forma de panfletagem intelectual. Quando os jornais se tornaram empresas, a informação adquire a condição de bem público, serviço à comunidade e o jornalista é o mediador, o repórter que presta essa função. Entretanto o jornalismo sempre procurou atingir públicos amplos, cumprir esta função de unir as pessoas em torno de uma informação comum. Quando o jornalismo especializado se desenvolve com maior expressão, percebemos que esse público receptor passa a ser considerado na sua especificidade. Ao reconhecermos o desenvolvimento do jornalismo especializado, percebemos que a imagem do jornalista associado a conhecimentos gerais básicos, não é a única perspectiva para este profissional. O desenvolvimento do jornalismo especializado está relacionado com alguma lógica económica que busca a segmentação do mercado como uma estratégia de atingir os grupos que se encontram tão dissociados entre si. Muito além de ser uma ferramenta eficaz de lucro, o jornalismo especializado é uma resposta à demanda por informações direccionadas que caracteriza a formação das audiências específicas.
Maria Luísa recordou durante a sessão que è importante ao jornalista “ a qualidade da informação que se transmite, pelo que a sua articulação linguística è importante” e salientou ainda “a importância de comprovar a verificar sempre, assim que seja necessário, todos os termos, assim como exige o jornalismo especializado”. Em suma, o jornalista especializado deve cumprir as regras no que respeita à síntese e à clareza da informação. Deve adoptar estruturas simples e usar palavras fáceis.

Susana Ferrador

Foto: RTP

"A Evolução de Darwin" - reportagem televisiva

Reportagem sobre a exposição "A Evolução de Darwin" que de 12 de Fevereiro a 24 de Maio tem lugar na Fundação Calouste Gulbenkian:

Luís Soares e Susana Ferrador

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Cientistas criam sangue artificial através de embriões


Dentro de três anos, cientistas britânicos, esperam ter conseguido a fórmula para criar sangue artificial através de embriões humanos.

Cientistas britânicos investigam uma fórmula de produzir sangue artificial para transfusões sanguíneas. Esta nova fórmula de produzir sangue está a ser desenvolvida a partir de células estaminais embrionárias e estima-se que no prazo de três ano já seja possível efectuar transfusões com sucesso. O termo artificial quando os cientistas se referem a este tipo de sangue apenas diz respeito ao facto de ser transformado em laboratório, no entanto nada tem de artificial, devido aos materiais do qual nasce, embriões humanos. Para a comunidade cientifica este processo é algo pelo qual esperavam à 50 anos e que está prestes a torna-se realidade.
A investigação científica revelada pelo jornal britânico The Independent esta a cargo de Marc Turner, professor da Universidade de Edimburgo e director do serviço de sangue e transfusões da Escócia.
Para conseguir produzir sangue artificial o processo passa por estimular células estaminais de embriões humanos para que dêem origem a células do sangue, ou seja glóbulos vermelhos. Os embriões usados serão os embriões que sobram dos tratamentos de fertilidade. Os cientistas vão procurar nos embriões os que têm predisposição para desenvolver sangue do grupo O negativo. Este sangue é dador universal, qualquer pessoa de outro tipo sanguíneo pode receber o tipo O negativo sem perigo de rejeição. É o único sangue que pode ser doada a qualquer pessoas, mas que apenas aceita transfusões do mesmo grupo sanguíneo.
O tipo de sangue O negativo é bastante raro, apenas se encontra em 7 por cento da população mundial. Se o plano dos cientistas britânicos for posto em prática com sucesso, em laboratório poderá ser desenvolvido em grandes quantidades devido à capacidade que as células estaminais têm de se multiplicar indefinidamente. Teoricamente, um único embrião seria capaz de satisfazer as necessidades de sangue de um único país, segundo diz o jornal em que o estudo foi publicado.
Os investigadores garantem que este tipo de sangue, para além de compatível com todos os grupos sanguíneos, será sempre seguro e livre de infecções.

Baseado no artigo do jornal DN

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Mind At Large pioneiro em tecnologia de «realidade aumentada»

Em colaboração com os portugueses NIXFUSTE, os Blasted Mechanism lançam hoje álbum que promete revolucionar a indústria discográfica.

Os Blasted Mechanism, uma das maiores referências do panorama musical português, já vão para o sétimo disco e a tecnologia estreada já existe desde os anos 90, mas o facto desta ser utilizada num álbum de música - inédito a nível nacional, não se conhecendo outro caso a nível mundial - é que desperta especial atenção sobre Mind at Large, o álbum que está à venda a partir de hoje.

A aplicação desenvolvida pela empresa portuguesa NIXFUSTE que torna este disco num objecto interactivo, foi apresentada e exemplificada por Frederico Ferreira na conferência de imprensa que também serviu para dar a conhecer o novo videoclip dos Blasted Mechanism.

Após a compra do disco a «realidade aumentada» torna-se possível com o aproximar das diferentes faces da caixa desdobrável a uma webcam conectada à internet. A câmara reconhece símbolos que fazem aparecer os elementos da banda, cada qual com os respectivos instrumentos. Por enquanto está apenas disponível o single Start to move, mas o guitarrista Valdjiu promete que «todos os temas do Mind at Large e mais uns brindes estarão disponíveis brevemente no nosso site oficial».

Em tom de brincadeira acrescentou que o álbum lançado hoje promete por fim ao reinado dos downloads ilegais nos quais os discos são vistos como «objectos supérfluos como bibelots», apelando ao público para que «brinquem com esta tecnologia».

[O Mestres em Jornalismo Científico esteve presente na conferência de imprensa através de Luís Soares. Foto gentilmente cedida por Fábio Teixeira]

quarta-feira, 25 de março de 2009

O Jornalismo Científico e a sua prática.

Há uma relação entre Ciência e Democracia. Para se participar na História é necessária a informação. A sociedade evolui quando os cidadãos estão a par no Conhecimento, sendo que muito deste se deve à Ciência e à Tecnologia. Ambas estão presentes de forma mais ou menos intensa e mais ou menos complexa no quotidiano dos cidadãos dos países desenvolvidos. Os livros didácticos e mesmo os professores não têm condições para acompanhar este desenvolvimento.

Neste sentido os media têm um papel fundamental neste processo enquanto fornecedores de informações científicas e da constante evolução destas áreas. Para que tal aconteça os órgãos de comunicação necessitam de contratar profissionais que dominadores das matérias abordadas.

A revista britânica NatureNews publicou a 18 de Março deste ano, uma sondagem feita a um universo de 491 jornalistas científicos dos continentes europeu, americano e asiático, na qual 59,1% dos inquiridos afirmou que nos últimos 5 anos aumentou o número de artigos publicados e 59,8% recomendariam uma carreira no jornalismo científico, tecnológico, ambiental ou de saúde a alunos, o que só comprova a necessidade de formação de jornalistas científicos.

Apesar desta necessidade, são raros os jornalistas especializados em jornalismo científico, o que no nosso país se torna evidente devido à inexistência de cursos académicos que formem este tipo de profissionais e leva a que muitas vezes sejam os intervenientes dos processos científicos a adquirirem formação em Comunicação.

Os norte-americanos Jim Hartz e Rick Chappell em Worlds Apart vão mais longe defendendo que “Para ser competente, um jornalista científico deve sentir-se confortável com diversas disciplinas científicas como de engenharia. A sua educação deveria incluir experiências em laboratório, onde o ambiente de um processo científico possa ser sentido e aprendido”. Perante tais afirmações urge perguntar afinal no que é que o jornalismo científico difere do jornalismo generalista e quais são as especificidades da produção de uma notícia deste género.

Na sua tese de doutoramento “Jornalismo Científico no Brasil: os compromissos de uma prática independente” o brasileiro Wilson da Costa Bueno define que divulgação científica é a “transferência de informações científicas e tecnológicas, transcritas em códigos especializados, a um público selecto, formado por especialistas”, mas isto não é jornalismo uma vez que a prática desta actividade implica a descodificação de mensagens de forma a que sejam percebidas pelo seu público.

O jornalista tem que ser um tradutor que permite a percepção das actividades desenvolvidas pelos cientistas, o que segundo Cláudio Bertolli Filho é um tratamento de “temas complexos de ciência e tecnologia” de forma a que se torne “fluida a leitura e o entendimento do texto noticioso por um público não especializado”. Apesar destas diferenças este tipo de jornalismo implica na mesma uma periodicidade, difusão colectiva, total rigor e seriedade por parte de quem trata a informação, uma vez que esta pode ter implicâncias externas a nível económico, social, cultural e até político.

Embora haja quem defenda que o jornalismo científico acaba por ser um discurso de ciência degradado, esta actividade implica o manuseamento de técnicas linguísticas e recursos estilísticos que ao serem eficazes são uma prova cabal da destreza e flexibilidade do jornalista ao conseguir produzir a partir de temas complexos, notícias perceptível e cativantes para o leitor que muitas vezes é destituído de potencialidades para entender o vocabulário básico não só científico mas como generalista.

Regra geral os leitores dispensam o jornalismo científico, cabendo ao jornalista cativar o público desinteressado sem cair num facilitismo e ausência de densidade e profundidade que possam afastar aqueles que já eram leitores deste género de artigos. Também lhe cabe definir o que é digno de ser contado ou não, obedecendo a alguns critérios na selecção da informação, da sua produção e publicação. O jornalista científico deve escolher temas com impacto, como a medicina e a saúde; saber avaliar o que é notícia; estar próximo dos investigadores e laboratórios; avaliar com destreza a informação que lhes é fornecida, não vá um cientista enganá-lo em busca de auto-promoção e possuir conhecimentos em diversos sectores científicos como a biologia ou a matemática. Tal como acontece com os temas generalistas a proximidade, a necessidade de conhecimento e curiosidade do público também devem ser tidos em conta por estes jornalistas.

Enumeras vezes não há harmonia entre os jornalistas e os cientistas que sentem que o seu árduo e demorado trabalho é resumido em simples e efémeras palavras. Porém é um dever dos cientistas explicarem-se para a sociedade sendo necessário um mútuo respeito entre estes e os profissionais do quarto poder.

Neste novo século para que todos os povos se desenvolvam em harmonia e se evitem catástrofes de outrora, é necessário compreender o papel da Ciência no concretizar dos desafios que se atravessam no nosso caminho. A evolução também passa pela forma como se pratica jornalismo científico que não deve ser descurado nem pelos jornalistas nem pelos seus editores. Para que tal aconteça precisamos de ter profissionais conscientes das especificidades do sector e que estejam preparados não só para traduzir a fala especializada dos cientistas, mas também para fornecer ao público uma visão crítica com o objectivo da evolução.

Bibliografia:

Bertolli Filho, Cláudio (2006) Elementos fundamentais para a prática do jornalismo científico, pag 3, linha 42 – 49.

Bueno, W. da C. (1984) Jornalismo Científico no Brasil: os compromissos de uma prática independente. São Paulo: Tese de doutoramento apresentada à Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.

Hartz, Jim e Chappell, Rick (1997) Worlds Apart – How The Distance Between Science and Journalism Threatens America’s Future, pag 109, linha 28 - 33.

http://www.nature.com/news/2009/090318/full/458274a.html

Darwin pagava dinheiro extra para comer legumes

Na sua passagem pelo Christ's College entre 1828 e 1831, Charles Darwin que nascido a 1809 rondava os 20 anos, gastava dinheiro extra para ter acesso a vegetais nas suas refeições, para lhe arrumarem o quarto e para lhe engraxarem os sapatos. Estes caprichos foram revelados após a descoberta de seis livros de contabilidade da universidade onde estudava, que foram digitalizados e podem ser consultados online aqui.

Texto e Foto: Luís Soares
Fonte: Público

domingo, 15 de março de 2009

Nova pilula... para homens!

Está cada vez mais próximo o dia em que não serão apenas as mulheres a tomar a pílula anticoncepcional.

Cientistas de todo o mundo têm investigado de forma persistente a fórmula masculina da pilula e encontraram-na. A pilula anticoncepcional masculina permitirá aos homens a ejaculação sem a presença de espermatozóides evitando, assim, gravidezes indesejadas.

O único senão é que ainda não se conseguiu saber se o homem será capaz, com a toma desta pilula, de voltar a ser fértil ao interromper o tratamento. Contudo, os efeitos secundários habituais das pilulas femininas - aumento do peso, diminuição de testosterona (hormona responsável pelos sinais masculinos na mulher, como os pêlos em excesso e as borbulhas) ou a diminuição do desejo sexual - não afectarão os homens que a tomarem.

A substância activa - ATD - inibe a produção de espermatozóides sem afectar a testosterona, sendo uma inovação em larga escala neste campo da saúde, permitindo às mulheres prevenir os inúmeros problemas de saúde que advêm de muitos anos, por vezes décadas, da toma da pilula.

A pilula masculina já foi testada em ratos e o próximo passo será testá-la em cães, gatos e macacos para melhor perceber o seu provável funcionamento no corpo humano.


Fonte: Diário de Notícias

domingo, 8 de março de 2009

Em 30 minutos, adeus fracturas!

As doenças relacionadas com o envelhecimento humano têm vindo a ser alvo de inúmeras investigações médicas nas últimas décadas. O colesterol, a osteoporose e os efeitos negativos da menopausa são algumas das doenças que preocupam os portugueses, especialmente aqueles com mais de 50 anos.

A osteoporose é uma doença que causa um enfraquecimento dos ossos, levando a que estes deixem de estar preenchidos e formem uma rede. Atinge uma grande percentagem da população mundial.






O enfraquecimento dos ossos tem como consequência a perda de massa óssea em todo o corpo mas uma das grandes preocupações é a pressão óssea que provoca na coluna e que leva a que qualquer movimento brusco provoque uma fractura na mesma. Uma queda, um espirro e um esforço para pegar numa criança bastam para que o osso ceda à pressão e parta.

Estas fracturas limitam fortemente a vida dos doentes, tornando impossíveis as tarefas mais simples do dia-a-dia como andar, sentar, deitar, comer e subir escadas.

Surgiu em 1998 a cirurgia que resolve este problema, a cifoplastia com balão. Um procedimento minimamente invasivo, simples, de recuperação rápida e eficaz. A operação pode ser feita com anestesia geral ou local, dura cerca de 30 minutos e caso tudo corra bem o paciente poderá deixar o hospital no dia seguinte.

Com esta técnica é possível entrar numa sala de operações em cadeira de rodas (por obrigação física e não por protocolo) e sair a caminhar.



Para realizar a cirurgia são feitas apenas duas pequenas incisões, com cerca de 1 cm, no local da fractura.







Nestas incisões são inseridos dois pequenos instrumentos, com a grossura de um lápis, que irão perfurar o osso fracturado.



Estes instrumentos inserem o balão, que irá ser insuflado para preencher o espaço comprimido pela pressão.

Depois de insuflado, o balão repõe o tamanho normal do corpo vertebral. Nessa altura, o balão é novamente desinsuflado para ser inserido um cimento ósseo que preencherá o espaço.
Depois da cirurgia os doentes recuperam a liberdade de movimentos e põem um fim naquilo que os incomodava: a dor.

Apesar dos benefícios desta cirurgia, poucos são os doentes - e os médicos - que a conhecem.

É, por esse motivo, urgente promover os mecanismos de detecção de fracturas da coluna e seus tratamentos, bem como dismistificar as cirurgias em si, já que estas são normalmente vistas como procedimentos complicados e dolorosos, levando os doentes a evitar o tratamento e, consequentemente, a piorar a sua qualidade de vida.

Não significa isto que podemos deixar de ter cuidados com a saúde, para evitar o aparecimento e avanço da osteoporose. A ingestão de cálcio e vitamina D, o exercício físico e apanhar todos os dias um pouco de sol são meio caminho andado para a prevenção, sempre acompanhados da visita ao médico e a realização de exames como a densitometria óssea e outros que o seu médico indicar.

Imagens retiradas de www.spinalfracture.com

sexta-feira, 6 de março de 2009

O Kepler

Foto:NASA/Jack Pfaller
Trabalhadores da NASA na preparação para o lançamento do Kepler

Um passo para a descoberta de vida no Universo


Estaremos ou não sozinhos?
A eterna questão da Humanidade - seremos ou não os únicos habitantes do Universo? Existirão mais planetas com vida como o nosso planeta azul? É a esta questão que o Kepler, o novo telescópio espacial da NASA vai tentar responder. 478 milhões de euros e uma tonelada, o Kepler e o seu foguetão Delta II estarão prontos a ser lançados no espaço por volta das 4h da manhã da madrugada de sexta feira desde o Cabo Canaveral, na Florida. A sua missão é muito específica – descobrir planetas semelhantes à Terra, com condições para suportar vida, fora do sistema solar, os chamados exoplanetas.

Como funcionará o Kepler.
Este telescópio irá “olhar” para um raio que contém cerca de 100 mil estrelas como o Sol. Através do uso de detectores especiais como o das máquinas digitais, o Kepler conseguirá detectar as flutuações de luz mínimas emitidas pelas estrelas e que se devem à passagem de um planeta à sua frente. Cada vez que o brilho de uma estrela reduzir é sinal de que poderá haver um planeta próximo. Este é o chamado método dos trânsitos.
De salientar que o Kepler tem um olho extremamente aguçado, citando James Fanson responsável pela missão “Se o Kepler olhasse para a Terra à noite a partir do espaço, seria capaz de detectar a diminuição da luz num alpendre se alguém passasse à frente da lâmpada”(in Público).

É este olho apurado que, ao confirmar várias vezes num mesmo período, a redução de luz de uma mesma estrela, poderá garantir que esta redução se deve efectivamente à passagem de um planeta e não de outro fenómeno. Isto porque estes planetas poderão ter uma órbita muito semelhante à da Terra em torno do Sol.
O Kepler deverá detectar centenas de planetas de vários tipos, mas apenas aqueles que estiverem ao alcance da sua órbita o que poderá deixar por descobrir outros exoplanetas. Se for bem sucedido perceberemos que o planeta azul não é o único com vida, que ela poderá existir algures, a anos-luz no Universo.

O Kepler será colocado em órbita à volta do Sol, seguirá o rasto da Terra e ficará orientado para uma porção do céu visível do Hemisfério Norte da Terra ao longo de, no mínimo, 3 anos e meio que poderão estender-se até aos 6.
Fontes:NASA; Público










quinta-feira, 5 de março de 2009

A Evolução de Darwin [FOTO-REPORTAGEM]

Por: Luís Soares e Susana Ferrador

Quando pensamos em Darwin pensamos imediatamente na Teoria da Evolução das Espécies...

que, há 150 anos escreveu o livro que prova que tanto a fauna como a flora não permaneceram imutáveis desde a sua criação.

No ano que comemora o bicentenário do nascimento deste cientista, A Evolução de Darwin, a exposição que tem lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa...

conta com inúmeras curiosidades sobre o naturalista britânico como a primeira reconstituição tridimensional do cientista enquanto jovem, a observar um insecto.

Réplica do Beagle, o navio no qual durante 5 anos, o jovem Darwin deu a volta ao Mundo.

Referência a John Stevens Henslows, professor de botânica e especialista em besouros que viria a tornar-se tutor de Darwin. Tradução: "Sem Henslows, não haveria Darwin".

A exposição conta com espécies de animais, disponibilizados pelo Jardim Zoológico de Lisboa, que Darwin terá visto na sua viagem.

Entre estes, contam-se as Piranhas Characiformes, que quando ameaçados podem custar uma boa parte do corpo de outra espécie, incluindo um dedo humano em apenas uma mordedura.

Jibóia, de todas as espécies de Boas, é a melhor adaptada a uma grande diversidade de habitats...

No entanto, é das que demonstra menos afinidade com ambiente aquáticos, sendo terrestre e arbórea.

Vive desde o Norte do México até à Argentina.

Mico-leão-dourado, o maior do Calitricídeos. Protege-se das ameaças avisando o grupo através de 17 vocalizações distintas.

A população total em estado selvagem estima-se em apenas 1000 indivíduos.

Extremamente sociáveis, os Suricatas vivem em grupos familiares de 10 a 15 elementos em que as tarefas são distribuidas por todos e de forma quase rotativa.

Um dos elementos encontra-se sempre de sentinela, erguido sobre as patas traseiras e a farejar o ar. A hierarquia estabelecida no grupo é tão levada a sério que é frequente a expulsão dos elementos que não a cumpram.

Lagarto-dragão ou "lagarto-barbudo" devido à bolsa com escamas espinhosas que possui na zona da garganta que se pode expandir , dando a ideia de uma barba.

Tartaruga-leopardo-africana a espécie cujos machos se distinguem por uma emitirem uma vocalização muito característica durante o período de acasalamento, ao invés de protagonizarem lutas entre si ou agressões às fêmeas, como é comum entre tartarugas.

Parte do mapa da viagem de Darwin. Curiosamente as primeiras e últimas paragens da viagem do Beagle foram realizadas em solo português. Ilha Terceira à ida e Cabo Verde no regresso.

Réplica do quarto de Darwin a bordo do Beagle.

Figuras de mais animais que inspiraram A Teoria da Evolução das Espécies.

A única figura da exposição feita a partir de um animal embalsemado.

Gliptodonte, Gigante de Armadura: um dos mais espectaculares testemunhos encontrados pelo bicentenário naturalista foi a "armadura de um animal semelhante a um tatu, o interior da qual... era como um enorme caldeirão".

Nesta exposição também podemos encontrar cartas escritas pelo próprio Darwin...


algumas delas tão curiosas como esta onde após a ter dividido ao meio, escreveu os prós e os contras que poderiam advir de um casamento com Emma Wedgwood. A união de facto acabou por se concretizar.

Metáfora da Teoria da Evolução das Espécies, com um macaco vestido.

Escadas do Código Genético apresentado pelo cientista que na exposição tem um escorrega que permite aos miúdos descer pela Síntese de Proteínas.

Espaço onde os mais novos podem escrever uma carta ao Darwin. As melhores da semana são expostas.

A visita termina com um quadro que retrata uma das imagens mais conhecidas do homenageado por esta exposição que termina a 24 de Maio.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Editorial

Saudações! O meu nome é Luís Soares e em nome do quinteto que compõe a equipa deste portal, dou-vos as boas vindas a este projecto. Tanto eu como Joana Pimpista, Lara Ribas, Sílvia Lopes e Susana Ferrador somos alunos do 1º ano do Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social, localizada em Lisboa. Daí a escolha do URL que vos conduziu até aqui ser a soma das palavras "mestres em jornalismo científico" (não confundir com "mestre sem jornalismo científico), até porque posso falar em nome das minhas parceiras ao admitir que de mestres desta área (para já) não temos nada. Este facto, não inviabiliza que este sítio online venha a alojar peças de teor informativo que com a sua originalidade e credibilidade (as duas palavras com o sufixo -dade, que seguiremos à risca) esperamos que vos atraíam e vos tornem nossos assíduos seguidores (termo que substitui o previamente pensado "leitores", porque a informação será fornecida não só em textos, como em fotografia, áudio, video, entre outros).
Os principais temas do blogue serão Ciência e Tecnologia. O mote foi lançado pelo Professor Vasco Trigo, docente da cadeira de Atelier de Jornalismo Cultural e de Ciência, o que fará com que o Mestres em Jornalismo Científico seja utilizado como instrumento de avaliação. O nosso público-alvo será composto por todos aqueles que nos concederem uma oportunidade e connosco dispendam de uma forma enriquecedora e até divertida, o seu tempo. Bem-vindos e até já.